sábado, 23 de fevereiro de 2008

Os Oscars® de Lumière

Eis os vencedores dos principais Oscars® de amanhã se fosse o Viva Lumière a escolher:


Melhor Filme: Haverá Sangue

Com Michael Clayton e Juno a destoarem (trocaria estes dois filmes por O Lado Selvagem e Gangster Americano) e na minha opinião arredados da corrida, sobram três. Expiação é o "filme tipo" que a Academia gosta de premiar, mas apesar de toda a sua beleza parece-me injusto se vencer. Este País Não É Para Velhos tem todas as hipóteses de sair vencedor na noite de amanhã, mas o meu favorito é Haverá Sangue. Talvez seja também essa a escolha da Academia que -se não premiar Expiação- hesitará em premiar o filme dos Coen que muita gente apelidou de confuso e sem sentido. Para qualquer um destes dois últimos o prémio será bem entregue.


Melhor Realizador: Paul Thomas Anderson Por Haverá Sangue

Gostava de ver os Coen a receberem um prémio mais que merecido, mas acho que o trabalho de Paul Thomas Anderson é superior, e enquanto que o estilo dos Coen pode ser considerado para alguns como "mais do mesmo", PTA deu neste filme uma volta de 180º a tudo o que havia feito até agora, num registo completamente diferente. Dos outros três penso que só Julien Schnabel pode surpreender.


Melhor Actor: Daniel-Day Lewis por Haverá Sangue

Acho que nesta categoria não há grande contestação. George Clooney parece um vencedor improvável a menos que algo de muito extraordinário aconteça, assim como Tommy Lee Jones. Entre as performances de Johnny Depp e Viggo Mortensen talvez Depp tenha mais hipóteses de surpreender para consagrar o facto de estar cronicamente nomeado nos últimos anos, embora Sweeney Todd não seja nem de perto nem de longe o seu melhor trabalho e Mortensen tenha o seu melhor trabalho em Promessas Perigosas. Ainda assim parece-me improvável que alguém que não Daniel Day-Lewis leve a estatueta para casa.


Melhor Actriz: Marion Cotillard por La Vie En Rose

Adoro Cate Blanchett, mas o filme é fraco e ela tem mais possibilidades de vencer na categoria secundária do que nesta. Ellen Page é excelente como Juno e pode ser uma boa surpresa. Ainda não vi Laura Linney em The Savages mas pelo que ouvi dizer será difícil vencer. Entre Julie Christie e Marion Cotillard não hesitaria um segundo em galardoar a segunda. É verdade que a primeira está muitíssimo bem em Longe Dela, mas a Edith Piaf de La Vie En Rose é sem dúvida a interpretação que mais fica na retina. Há quem diga que Marion tem tiques na representação, se os tem não os vi, e tiques eram uma coisa que também não faltavam a Piaf...


Melhor Actor Secundário: Javier Bardem por Este País Não É Para Velhos

Esta é talvez a categoria que mais indeciso me deixa. São cinco interpretações brilhantes e que deixam ainda de fora o também muito bom Paul Dano. Ver Hal Holbrook vencer o Oscar® seria uma repetição do ano passado em que Alan Arkin surpreendeu. Philip Seymour Hoffman já recebeu a sua consagração há dois anos e por isso este ano talvez deva dar lugar a outro. Tom Wilkinson receberia o reconhecimento justo de uma bela carreira. Casey Affleck a recompensa por um ano em cheio. Mas parece-me que Javier Bardem é quem mais merece, depois de já ter perdido uma vez e não ter sido nomeado pelo seu fantástico Rámon Sampredo. Vai ser bom ver qualquer um dos cinco em cima do palco.


Melhor Actriz Secundária: Cate Blanchett por Não Estou Aí

Para mim Cate Blanchett vence descaradamente, mesmo sem ter visto o filme. Pode parecer ridículo escolher uma interpretação que ainda não vi, mas de entre as outras nomeadas não consigo perceber a razão da nomeação de Ruby Dee num papel tão mínimo; Saoirse Ronan está muito bem mas não me parece em condições para vencer devido à sua idade e à diferença de calibre em relação às outras nomeadas; Amy Ryan não maravilha; Tilda Swinton seria quem ganhava se tivesse que escolher de entre os filmes que já vi. Ainda assim, conhecendo as capacidades de Cate Blanchett e o potencial do papel de Não Estou Aí, acho que ela é capaz de superar as outras quatro “rivais” sem grande dificuldade.


Melhor Argumento Original: Ratatouille

Aqui ponho de parte The Savages e Lars And The Real Girl, que ainda não estrearam. Dos outros três, Michael Clayton- Uma Questão de Consciência parece-me arredado. Entre Juno e Ratatouille escolheria o filme de Brad Bird pois parece-me que apesar de muito bem escrito, Juno tem algumas falhas que já apontei na minha crítica ao filme.


Melhor Argumento Adaptado: Este País Não É Para Velhos

Os cinco nomeados desta categoria são todos eles muito bem elaborados, mas Este País Não É Para Velhos foi escrito pelos Coen e isso chega para perceber que está acima da média.


Melhor Filme de Animação: Ratatouille

Acho que não há muito a dizer. Não me lembro de gostar tanto de um filme de animação desde os dois Toy Story e Nemo. Este é com 90% de certeza…só Persepolis pode assustar Brad Bird.

2 Comments:

Pedro Pereira 77 said...

Se forem esses os verdadeiros vencedores, de certeza que os seus nomes, em nada vão destoar daqueles que lhes precederam

Johnny Boy said...

Alguns não foram...mas acho que os verdadeiros vencedores também não ficaram muito atrás daqueles que preferia. Obrigado pela visita Halloween!